
04 de Agosto de 2022
Como a crise é um combustível para inovação em mercados turbulentos?
A pandemia do novo coronavírus (Covid-19) representou um impacto profundo no cotidiano das pessoas e também no mundo corporativo. Entretanto, passado o período de dificuldade inicial, algumas organizações voltaram seus olhares para as oportunidades que poderiam surgir diante da crise, especialmente no que diz respeito à inovação para ativos intangíveis.
Mercados turbulentos mostram oportunidades para inovação
A rotação na fonte de valor para as empresas sofreu diversas mudanças nas últimas décadas. No caso dos ativos intangíveis, que englobam a propriedade intelectual (PI) das organizações (como patentes, marcas e direitos autorais), houve um significativo aumento, com valores que respondem por quase 85% do valor do S&P 500. Para se ter uma ideia da mudança, em 1975 esse valor respondia apenas por 15%.
Esse ciclo de aumento aconteceu mesmo após cinco recessões, sem contar a crise econômica atual provocada pela pandemia. Um crescimento que, em períodos turbulentos, tem uma explicação simples: tempos difíceis favorecem o desenvolvimento de soluções criativas, um combustível importante para a criação de novas propriedades intelectuais.
Esse cenário é comprovado pelas tendências históricas, que apontam um aumento nos gastos com patentes durante as crises. Ou seja, os ativos intangíveis se mostram uma forma estratégica para as empresas aumentarem seu portfólio de propriedade intelectual e maximizar o seu valor.
Outra razão importante para a criação de novos produtos ligados à propriedade intelectual em períodos de crise é a mudança comportamental, inerente ao ser humano nesses momentos. As condições atuais obrigam essa mudança e, com isso, abrem portas para as novidades surgirem e as empresas lucrarem com isso.
Qual o papel da Propriedade Intelectual nas empresas em períodos de crise?
Em meio à crises econômicas, as empresas tendem a atuar com quatro respostas principais:
- Economizar dinheiro;
- Buscar capital;
- Proteger os balanços;
- Reavaliar o futuro.
Em cada um desses cenários, a propriedade intelectual desempenha um papel. No caso do gerenciamento de custos, um inventário de todos os ativos se faz necessário para entender a necessidade de venda para geração de caixa ou financiamento do crescimento da organização.
A busca de capital também demonstra oportunidade de fontes alternativas, como a monetização de fluxos de royalties futuros e programas de licenciamento de propriedade intelectual.
Como também se faz necessário proteger os balanços e ativos - com o trabalho remoto forçado durante a pandemia, essa necessidade ganhou proporções ainda maiores - especialmente porque os litígios de propriedade intelectual tendem a aumentar. Para minimizar os riscos, as organizações devem organizar um registro de segredos comerciais com controle de acesso.
E, claro, uma nova projeção para o futuro é necessária, para considerar mudanças nos produtos e serviços que são oferecidos e a busca de novas oportunidades para fusões e aquisições. Diante disto, a propriedade intelectual tem um papel importante nos esforços da empresa para se posicionar para o futuro.
Inovar é preciso: o impacto da pandemia nos mercados healthtech e insurtech
Tudo isso nos leva a uma percepção clara: uma crise não deve ser desperdiçada. Ela é o combustível que muitas empresas precisam para sair do que é cômodo e inovar. Tanto que muitas organizações até mudam totalmente seu plano de negócios quando encontram uma oportunidade de se reinventar.
No caso da Covid-19, as mudanças que a pandemia trouxe forçou o desenvolvimento de muitos produtos e técnicas para que fosse possível nos adaptarmos a uma nova realidade, especialmente no que diz respeito a healthtech e insurtech.
Esses mercados abriram portas para uma verdadeira transformação digital com o uso de machine learning, inteligência artificial (IA), Internet das Coisas (IoT), big data, sistemas de gestão e outras ferramentas.
Entre os avanços mais sentidos, o uso da telemedicina se amplificou de forma inimaginável, com a possibilidade de triagem e anamnese on-line, monitoramento de pacientes realizado de forma remota, uso de prontuários eletrônicos e uma gestão médica mais inteligente.
Também foram reinventados dispositivos para a proteção da equipe médica, drones foram utilizados para a desinfecção de cidades e vimos o poder da tecnologia com o uso de modelos preditivos no mercado segurador e a ampliação da utilização de reconhecimento facial.
Todas essas ferramentas potencializam o valor da propriedade intelectual, o que amplia os canais de venda e maximizam o mercado das empresas que investem em tecnologia.
Compreender o valor da propriedade intelectual é fundamental
Independente da forma como a empresa se adaptou às transformações necessárias em meio à crise econômica, um ponto fundamental é buscar a compreensão do valor que os direitos autorais, marcas registradas, patentes e segredos comerciais têm dentro da organização.
Isso é fundamental para utilizar esses ativos de forma estratégica, seja para alavancar financiamentos ou ampliação de portfólio. Em ambos os casos, as empresas que já têm um modelo de negócio digital estruturado com ativos intangíveis quantificados saem na frente e acabam por “dar o tom” de um mercado altamente competitivo e lucrativo.
Essa compreensão de valor também é fundamental para saber proteger a propriedade intelectual de roubos e fraudes. Com algo tão fundamental e decisivo para o crescimento das empresas, perder tempo (e muito dinheiro) em litígios acaba sendo uma decisão pouco assertiva diante da variedade de possibilidades atuais para se proteger disso.
Por isso, inovar também é sinônimo de se antecipar, seja na criação e uso de novas tecnologias, como também na mitigação dos possíveis riscos que essa propriedade intelectual corre em seu mercado.
Se você curte esse assunto e quer se aprofundar mais em informações sobre inovação, leia nosso artigo sobre a influência do Metaverso na área da Saúde.